Te convido para visualizar dois cenários da vida cotidiana:
No primeiro você passa o dia inteiro fazendo muitas coisas, acorda bem cedo, toma um café rápido que você mesmo preparou, vai ao trabalho, volta pra preparar o almoço pra família, e vai pensando no que tá faltando na despensa enquanto mastiga rapidinho pra que no fim da tarde possa ir ao supermercado, volta ao trabalho e na volta passa no supermercado e chegando em casa percebe que esqueceu de comprar o sabão em pó porque vai lavar roupas e só aí que descobre a falta. Volta pro supermercado já cansado e retorna pra casa pra lavar as roupas porque quer aproveitar o dia de sol pois tem a previsão de chuva nos próximos dias. Quer aproveitar também enquanto tem água na torneira. Lá pelas 10 da noite começa a faltar. Coloca a roupa na máquina de lavar e vai cuidar do cãozinho que está sem água e sem ração porque quem mora contigo na mesma casa não colabora muito. Por fim, vai cuidar de comer alguma coisa e descobre o monte de louças pra lavar. Precisa lavar pois a panela que irá usar pra preparar o jantar está suja, resultado da correria do almoço em que não teve tempo pra lavar pois tinha que chegar no trabalho sem atrasos pra não perder o dia de salário. Depois de ter matado a fome ainda falta matar o cansaço, mas não é possível ainda porque existe questões familiares para resolver e enquanto rola a DR pensa se pode adiantar o almoço do dia seguinte já colocando o feijão de molho. Depois da DR, vai buscar descansar já esgotado e pouco animado por saber que no dia seguinte não será muito diferente dessa rotina. Ufa! Cansei até pra escrever isso.
Vamos ao segundo cenário agora: Você acorda tarde, já comeu o que outros prepararam, já usou o prato e os talheres que outros lavaram e colocaram à mesa. Volta para seu quarto, fica no celular o dia todo, passa o tempo nas redes sociais, no Youtube, no Netflix e chega a hora em que bate a fome e come o que já está disponível e pronto, toma um banho se tiver a fim e espera o sono bater talvez de madrugada para começar um novo ciclo.
Agora pergunto, em qual estilo de vida você se encontra?
Tem uma vida mais cheia de responsabilidades e isso é bem desgastante ou tem uma vida mais tranquila, de boa na lagoa?
Qual você escolheria para viver se pudesse escolher?
Não sei o que escolheria, mas e se pudesse ter um misto das duas?
Ambas tem suas vantagens e desvantagens. A primeira é muito produtiva. Mostra uma pessoa responsável por muitas coisas mas isso a desgasta tanto que não a faz feliz. A segunda mostra uma pessoa nada produtiva, pouco responsável e que também passa a imagem de uma pessoa cansada por viver a eterna preguiça do ócio. Nenhuma das duas rotinas é saudável porque não existe o equilíbrio entre ser responsável por produzir tanto e celebrar os feitos com um momento prazeroso ou relaxante como se permitir receber uma massagem nos pés no fim do dia por exemplo enquanto a outra pessoa de tão relaxada vive a frustração de não ser útil e não ser capaz de fazer nada de bom.
O que quero ressaltar nestes dois estilos de vida é que falta uma coisa importante. Amor próprio. Essa forma de viver achando que “tem que trabalhar” e “não sou capaz de trabalhar” são dois extremos. Mais uma vez a questão da dualidade. Ou faço um extremo ou faço outro. Será que não podemos mudar este cenário? Claro que sim e são muitas formas pra se fazer isso. Mas primeiro é importante se tocar do que está fazendo contigo. Sim, é você o grande responsável. Não venha reclamar que sua vida é uma correria só e não tem tempo para curtir a família, namorar, pensar em sexo, pensar em você. Você cria isso ao longo da vida, muitas vezes para fugir dos dramas internos que não quer ver. Prefere o excesso de atividades que vão te distrair dos seus problemas. Vão te levar pra longe da sua criança interior e criar outros problemas. Também viver na inércia, na procrastinação é uma forma de não olhar para seus problemas também. É como buscasse se anestesiar das suas dores. Também vai provocar mais problemas.
Para facilitar e dar um empurrãozinho em você que se identifica, pelo menos parcialmente, com este estilo de vida e quer mudar comece se perguntando:
Como eu me trato agindo dessa forma?
É de forma amorosa ou punitiva?
Eu respeito minhas limitações físicas, mentais e emocionais ou exagero?
Como tenho tratado as pessoas com as quais eu convivo?
Sou sempre simpático, sorridente, prestativo, acolhedor, bom ouvinte?
Se a forma com que tem tratado as pessoas não está legal é um sinal de que é assim mesmo que tem se tratado. Se não tem paciência com outros, não tem com você. Se culpa os outros também se culpa. Se cobra os outros, também se cobra. Se pune alguém, também se pune.
Então comece a elogiar as pessoas, seja gentil, seja simpático, seja um bom ouvinte, respeite a opinião dos outros, respeitas as escolhas de cada um. Fazendo isso vai perceber que aos poucos você se tornará um ser humano mais feliz, mais realizado, mais confiante, mais sereno e conseguirá ver facilmente seus dons e suas virtudes.
Aproveitando, sabe quais são todas as suas virtudes? Não!? Então aguarde que numa próxima eu vou falar disso com você.
Por enquanto reflita como anda sua vida. Se quer mudanças pra você comece mudando a forma com que se relaciona com as outras pessoas. Veja a beleza nelas, vejas as virtudes nelas, elogie com mais frequência e começará a sentir a magia da energia da gratidão.
Vou ficando por aqui. Gratidão por me ouvir mais uma vez. Você é merecedor de muito amor pois se chegou a terr até aqui é porque quer o melhor pra você e tem a coragem de mudar para melhor. Parabéns por esta atitude de coragem!
Fique na Paz, fique na luz.
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