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Foto do escritorEssencia Cristalina

A Voz Interior



Por vezes, será no silêncio que ouviremos a voz interior, que nos conduzirá aos novos planos, aos novos rumos, à nova jornada.


Por vezes, precisamos do silêncio para ouvir a nós mesmos, pois o dia a dia muitas vezes nos impossibilita de perceber a sutileza da nossa respiração ou as batidas do nosso coração.


Por vezes, estamos cansados de tanto barulho e precisamos apenas repousar os ouvidos e o turbilhão dos pensamentos.


Por vezes, só precisamos do silêncio para repousar a nossa mente no colo daquela que é capaz de acalmar todas as dores e sussurrar para nós as grandes ideias, os grandes propósitos.


Essa voz, que sussurra e não grita, essa voz que espera fazermos silêncio para conosco falar, essa voz que, internamente, aguarda paciente a ela recorrermos, chama-se A Voz Interior, ou A Voz do Silêncio.


Helena Blavatsky, em seu livro A Voz do Silêncio, já dizia o quão formidável é aprendermos a dominar nossos pensamentos, mostrando à nossa mente racional a brandura encontrada na meditação, na contemplação interior.


Dizia também que é na meditação e no encontro com o nosso Eu Interior que obteremos todas as respostas. Sim, é Ele, o nosso Eu Superior quem tem a voz calma da intuição, capaz de nos mostrar o quanto o ego, ou o eu inferior, a personalidade, está tão ocupado no dia a dia tentando se fazer superior, tentando se fazer ser mais do que os outros, tentando mostrar a si mesmo a sua grandiosidade... mas no fim a personalidade não percebe a grande ilusão em que está imersa: a ilusão de separação.


Sim, a personalidade, em sua ânsia por fazer-se notar e se autoafirmar, engendra as mais diversas artimanhas para mostrar-se importante. De fato, ela é sim importante, mas como um meio de manifestação da energia superior, da divina essência, do verdadeiro Eu, que sussurra de forma branda e serena a sua capacidade de trazer a paz, a calma, a alegria verdadeira da integração.


É Ele, o Eu Superior, que é capaz de aplacar todas as dores e colocar fim à necessidade de destaque, de mostrar-se mais e de querer mais e mais. É essa necessidade de aceitação e de aprovação que a personalidade por vezes acredita ser importante para sobreviver no mundo das formas, na sociedade materialista.


O Eu Interior mostra-se um Pai, enquanto que o filho, a personalidade, briga por atenção e chora seus desânimos, suas angústias e incertezas quando não tem suas expectativas atendidas.


É Ele, o Grande Eu, capaz de nos mostrar o caminho para reencontrarmos a nós mesmos e o nosso propósito em sermos úteis, em servir, em oferecer aquilo que temos de melhor em prol de nós mesmos e dos outros.


É Ele, que espera se fazer ouvir, e aguarda no silêncio o tempo em que aprenderemos a silenciar a nossa mente, a fim de percebermos as sutilezas que o barulho não nos deixa entender.


A voz interior quer nos lembrar que não precisamos chorar, não precisamos sofrer, não precisamos ser mais, não precisamos nos mostrar superiores. Precisamos apenas realizar aquilo pelo qual viemos, de forma tranquila, quieta, com humildade e paciência.


E, quando o silêncio se fizer presente, a sabedoria o acompanhará a tiracolo, pois um e outro se mesclam, prontos para se manifestarem em todo aquele que quiser e estiver pronto para receber essa grande prova de que a divindade habita em todas as coisas.


E ela, a divindade, se mostrará no silêncio a todos aqueles que quiserem escutar aquilo que os ouvidos não conseguem ouvir, mas que a serenidade é capaz de proporcionar: paz e a certeza de que não estamos sós.


Namastê! Fernando Vidya Escritor Espiritualista

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